COMO O VINHO FOI INVENTADO

Seja seco, suave, tinto, branco, rosé, espumante ou demi-seco: o vinho tem um espacinho garantido no coração de mais da metade da população mundial. Não é possível dizer com exatidão quando ou como o vinho foi “descoberto”....

Seja seco, suave, tinto, branco, rosé, espumante ou demi-seco: o vinho tem um espacinho garantido no coração de mais da metade da população mundial. Sua origem ainda é muito debatida e estudada, e acredita-se que o vinho tenha sido inventado antes mesmo da escrita. Tenho certeza que o seu tipo favorito vai estar neste tópico. Vem conferir!


ORIGEM

Não é possível dizer com exatidão quando ou como o vinho foi “descoberto”. A única certeza que temos é que essa bebida é histórica, e muitos cristãos afirmam, com base no antigo testamento, que Noé plantou e cultivou um vinhedo, que posteriormente se tornou o primeiro tipo de vinho do mundo. Os gregos, em contrapartida, acreditam que a bebida tenha sido inventada por deuses, em específico o deus grego Dionísio.

Ao contar sua história, a mitologia grega diz que um dia, enquanto caminhava pela relva (campos ou jardins com flores e ervas), deparou-se com uma plantinha verde e delicada, e acabou se encantando por esta, o que o fez guardá-la e protegê-la dentro de um osso de pássaro. A planta, por sua vez, rapidamente cresceu, e Dionísio precisou mudar de planos e armazenar aquela erva em um osso de leão.

Isso não a impediu de crescer ainda mais, o que o fez armazená-la dentro de um osso de burro. Pouco tempo depois, notou que a planta produziu alguns frutos, pequenos e arredondados. Quando provou, ficou surpreso com o sabor doce e suave que tinham, e resolveu guardar outros grãos. Depois de passarem muito tempo armazenados, acabaram fermentando e formando um sumo, que deu origem ao vinho.

É interessante notar que um dos objetivos desse conto mitológico é evidenciar nas entrelinhas as diferentes fases que o vinho toma forma: primeiro, assim que começamos a tomar, é normal nos sentirmos alegres como o voo dos pássaros; após algum tempo, nos sentimos fortes e corajosos como um leão; quando a taça (ou garrafa) chega ao fim, corremos o risco de confundir palavras, embaralhar pensamentos e dizer coisas banais, características frequentemente associadas aos burros.


O VINHO NO ORIENTE MÉDIO

Se migrarmos para o lado “mais racional”, estudos indicam que o vinho tenha se originado em países do Oriente Médio, há cerca de mais de 7 mil anos, no que hoje corresponde a atual região da Síria, Jordânia e Líbano. Arqueólogos fizeram essas pesquisas através da análise de caroços de uvas, que mostraram que, ainda no final da Idade da Pedra, (4.000 – 500 a.C.), videiras silvestres transformaram-se em videiras cultivadas. Esse fator nos leva a acreditar que o vinho já era produzido propositalmente. A partir desse momento, diversas outras culturas e civilizações (principalmente romanos, gregos e egípcios) passaram a valorizar o vinho. 


OS PRINCIPAIS PAÍSES PRODUTORES DE VINHO

Qual lugar do mundo vem à tona quando você toma ou ouve a palavra “vinho”? Apesar de ser consumido em 200 países, atualmente existem oito que destacam-se nessa produção, e três deles pertencem à América do Sul! 

Itália, França, Espanha, Portugal, Estados Unidos, Chile, Argentina e Uruguai são os que mais fabricam a bebida anualmente. Dados recentes da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) apontam que, somente no ano de 2020, a Itália produziu cerca de 50 milhões de hectolitros da bebida! Uma das mais notáveis vinícolas do país é a Cantine Pellegrino, responsável por criar a renomada linha Cent’Are. Têm origem em Silícia, uma região da Itália com solos argilosos, capazes de produzir vinhos tintos com aroma de frutas vermelhas. 


VINHO SUAVE E VINHO SECO

Se migrarmos para o lado técnico, veremos que a principal diferença entre vinhos secos e suaves (além do gosto) está no percentual de glicose que cada um recebe por litro. O Decreto Nº 8.198/14 estabelece que o suave apresenta 25 gramas do carboidrato a cada 1 litro, enquanto o seco conta com apenas 04 gramas para a mesma quantidade da bebida. Entre ambos há, ainda, a classificação de vinho demi-seco, com uma média que varia de 04 a 25 gramas de açúcar por litro. No Brasil, esses percentuais têm a obrigatoriedade de serem expostos em rótulos dos produtos nacionais e internacionais.

Além dos termos técnicos, também existe a opinião do paladar popular. Comumente podemos nos deparar com amantes do vinho suave que não conseguem saborear de forma agradável o tipo seco, e vice-versa. Muitos dizem que o primeiro é “muito mais delicado e agradável de se beber”, enquanto o seco tem características mais “rústicas, intensas e sensação de secura na boca”. 


VINHO BRANCO E ROSÉ

São vinhos de cores mais “pálidas”, como um amarelo-esverdeado ou que apresentem uma intensa coloração dourada. Essa ausência de cores é proposital, e ocorre durante suas etapas de produção, onde as cascas das uvas não são fermentadas simultaneamente à bebida, como é o caso dos vinhos tintos, com cores intensas. Essa classificação tem suas variantes, como o vinho do tipo rosé. 

Algumas das principais uvas utilizadas na fabricação desse tipo de vinho são a Chardonnay, de origem francesa, também conhecida por especialistas como “a rainha das uvas brancas”. Também muito presente na produção de champagnes, a Chardonnay produz bebidas aromáticas, com um suave sabor de frutas cítricas. Com uma pigmentação dourada, podem remeter o paladar a um delicado gosto de baunilha ou noz moscada, caso tenham permanecido por certo tempo em carvalhos. 

Mais uma francesa que merece destaque é a uva Sauvignon Blanc. Vinhos brancos produzidos por essa fruta geralmente apresentam sabores de frutas tropicais, como maracujá, manga e até melão. Bebidas originadas dessa uva são muito refrescantes, perfeitas para dias de muito sol, praia e piscina! 


“VINHO MAIS VELHO É MELHOR”

Você provavelmente já deve ter ouvido alguém falar que quanto mais velho é o vinho, mais saboroso é. Entretanto, essa passagem não é tão verdadeira assim. Surgiu há alguns séculos, quando vinhos recém-fabricados não agradavam o paladar, devido ao processo de fermentação ainda muito perceptível. Era comum que houvesse um tempo de espera para que pudesse ser tomado, e podia variar de semanas até meses.

Hoje, sabemos que o vinho precisa ser fabricado com tipos selecionados de uvas, presentes em regiões específicas, além da obrigatoriedade de um bom percentual de acidez, álcool e tanino (substância química encontrada em sementes e cascas de frutos). 


O VINHO MAIS ANTIGO DO MUNDO 

No ano de 1867, na cidade de Speyer, na Alemanha, um grupo de arqueólogos encontrou, durante uma pesquisa, uma garrafa com um líquido dentro. Após estudos, concluíram que datava do ano de 325 d.C., e ainda hoje preserva o vinho mais antigo da história, produzido com uvas, ervas e muito azeite de oliva.

Acredita-se que o teor alcoólico da composição ainda exista dentro do recipiente, mesmo após um período de 1.500 anos enterrado. Alguns especialistas afirmam que ainda é seguro bebê-lo, mas não se sabe ao certo se a garrafa, feita de vidro e uma camada de cera, deve ou não ser aberta. 


Independente de qual seja o seu tipo preferido, quem foi que disse que o vinho só pode ser tomado em taças? Eu garanto que se você escolher beber esse líquido dos deuses em algum copo Glück, a temperatura vai ser conservada por muito mais tempo ;) Até a próxima!